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O Prêmio Açorianos é uma conquista da classe teatral

É um prêmio de reconhecimento!

Na noite do dia 9 de dezembro de 2016, no Prêmio Açorianos, fomos agraciado com uma homenagem pelo trabalho desenvolvido ao longo de 26 anos frente ao Teatro Nilton Filho, eu, Hyro Mattos e todos que aqui passaram, Atores , Atrizes, Diretores, Companhias, Alunos, Pais, Amigos, Colaboradores que nos trouxeram ricas doações em peças e figurinos, e o público que sempre nos prestigiou.
Nada disso existiria sem essas centenas de pessoas que, ao longo dos anos, acreditaram em nossa “loucura” de manter um espaço cultural, independente de apoios institucionais, inaugurado bem no momento do plano Collor.
Sim! Somos ricos e seremos sempre, pois, temos amigos. Temos principalmente, como meta de nosso trabalho, estar à disposição de quem nos procura.
Como mantemos tudo isso?
Herança de família como muitos dizem?
Não!!! Com amor! Amamos o que fizemos e não temos vergonha nenhuma de varrer a calçada, pintar as paredes, lavar o chão das salas, lavar perucas e figurinos, coletar sucatas dos entulhos, reciclar tudo o que recebemos e, principalmente, guardar tudo com muito cuidado e carinho.

O teatro deve ser feito com amor em busca do público pois é ele que vai nos dar o sustento.

Fiquei muito grato e emocionado com as palavras do Secretário Adjunto da Cultura Sr. Vinícius Cáurio.
Estou escrevendo este post não com o objetivo de me promover, ou divulgar meu reconhecimento, e sim por algumas razões que gostaria de levantar, sobre fatos que me desagradaram profundamente.
1. Esse prêmio já existe há mais de trinta anos, portanto, é uma propriedade da comunidade cultural de Porto Alegre, sendo assim deixou de ser um prêmio meramente político.
2. É um prêmio que tem uma comissão julgadora idônea, compostas por pessoas e personalidades que fazem e produzem a cultura em nossa cidade.
3. Um prêmio que vem para estimular os novos atores, reafirmar o talento dos mais antigos e homenagear aqueles que são respeitados pela sua trajetória digna e resistente.
4. Um evento tão bem organizado pelo Coordenador de Artes Cênicas Breno Ketzer e sua equipe para comemorar e coroar a luta de todos nós, para colocar em cena nossas produções com todas as dificuldades que se apresentam nesses tempos bicudos em que vivemos.
5. Os colegas que apresentaram seus trabalhos com tanta beleza e dignidade.
6. É um espaço para confraternizações, alegrias e reencontros.
7. Como um espaço deste pode ser agredido e tratado como um palanque político?
8. Não concordo com essas atitudes de agressão. Achei profundamente deselegantes e, principalmente, desqualificam o prêmio, tornando-o um prêmio sem valor, menor, e não o coroamento de uma batalha árdua.
9. NÃO ÀS AGRESSÕES AO PRÊMIO!
10. SE O AGRACIADO NÃO CONCORDA, ENTÃO QUE NÃO RECEBA O PRÊMIO, NÃO APAREÇA!
11. MAS NÃO DESTRUA O SONHOS DE MUITOS JOVENS QUE ESTAVAM ALI, ACREDITANDO EM SEU RECONHECIMENTO E SEU SUCESSO!!!.
12. Portanto me sinto profundamente triste e incomodado com esses tipos de manifestações políticas e ideológicas em uma festa que é de nossa classe, nós que todos juntos lutamos sempre pela valorização da cultura e não pela depreciação de nosso Prêmio Maior.
13. Deveria ser uma festa de gala e não um comício de praça pública onde a maioria foi como se estivesse ensaiando. Lá, o público que estava era a nossa classe, ninguém mais, vamos tornar essa premiação um evento de gala nobre, uma Palma de Ouro como em Cannes, a fim de mostrar que somos a elite cultural da cidade e não um bando de fazedores de teatro desclassificados.

Nilton Filho