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Nada pessoal

A peça é uma divertida comédia que faz uma reflexão sobre o universo feminino.
A organização da festa de casamento de uma balzaquiana quase virgem é o eixo central do primeiro quadro, “Véu e grinalda” de autoria de Miguel Falabella. Mãe e filha, que migraram do suburbio para um bairro chique, contratam uma promoter de renome para que ela organize um casamento de classe .
O segundo texto , “Mascaradas” de Jaime Cimenti, aborda a decadência de uma atriz global e seu relacionamento
com a invejosa filha. Entre dissimulações e alfinetadas, as duas destilam seu ódio mútuo, enquanto a empregada doméstica tudo assiste e tudo comenta.
No último quadro, “Tristonho sindicato” três solteronas se reúnem num bar de karaokê , entre um drinque e uma canção, falam de ilusões e amores perdidos.
Texto de Vicente Pereira.

CONCEPÇÃO DO ESPETÁCULO

A reunião dos textos pela Cia de Teatro Construção busca realçar os tipos e ampliar o grotesco das situações. A direção optou por utilizar atores masculinos, interpretando personagens femininos, para tornar exagerados, sem a
necessidade de outros recursos para salientar o ridículo das personagens. A caracterização feminina é feita através dos figurinos, perucas e maquiagens. O ator busca uma interpretação sem apelos a artificialismos, como o falsete na voz. O cenário traduz em poucos e funcionais elementos o ambiente da ação. A cor preta dos módulos tem a intenção de destacar a figura dos atores. Faixa e listras brancas molduram os elementos cênicos, enquanto remete ao universo
kitch. O ridículo se completa no uso de figurinos de cores “duvidosas” (de intrnsional mal gosto) e na trilha sonora com músicas dor-de-cotovelo.